Nota ao leitor: O título deve ser lido like a british mesmo que eu o tenha tirado daquela música dos Guns
Nota ao leitor 2: Que fique claro que a crítica presente neste post é uma generalidade, ou seja, é óbvio que há excepções, até porque eu conheço algumas.
Nunca vos disse que no ano passado fui à Inglaterra? Bem, a minha mãe conhece lá um casal amigo que até tem filhas, uma delas tem a minha idade. De facto ela e a irmã mais nova estiveram cá no fim-de-semana, coisa que me refrescou o palácio de buckingham, Oxford (aquilo é só universidade, livros, casas de pedras, universidade e lojas de pedra com os típicos casacos a dizer Oxford de 20 libras), Londres (Legendariamente awesome, nunca tinha visto tantos punks juntos, rezo para que a maioria não seja poser, ah e vi a guitarra do Kurt Cobain no hard rock café), Stonehenge (fiz umas quantas poses ridículas frente as pedrinhas, mas isso é comum, seja em Lisboa, Madrid, cú de judas), o Underground (há uma estação que mais parece um aeroporto), a plataforma 9 e 3/4 e o segurança estrangeiro a dizer “Arry Poté not here, Arry Poté not here” ou algo do género, mas também me lembrei do lado negativo.
Um dia eu fui com a filha dos amigos dos meus pais à escola para eu ver como era o sistema de educação e as pessoas. Quando me disseram que estava perante uma turma equivalente ao 8º ano eu não conseguia acreditar. Eram baixos demais, as suas caras ainda não tinham passado pela puberdade, os rapazes comportavam-se como putos do quinto ano, as raparigas continuavam com o lema “No boys are allowed in my bedroom”. Depois quando fomos almoçar compreendi, a alimentação deles era a base de fast food há anos.
Foi como estar num campo de férias, a matemática era tão simples que eu, mesmo não conseguindo falar inglês (paralisava não sei por quê) consegui ajudá-los numa boa. Eram contas duma despesa dum jantar, coisa que eu fazia na primária, por esta altura eu já sabia fazer equações do primeiro grau. E eles simplesmente não conseguiam fazer nada, olhavam para aquilo como se fosse um problema que incluia trigonometria ou uma equação do segundo grau. Eu era aluna de 3 e consegui fazer aquilo com uma grande facilidade, algo tem de estar errado (para vos dizer a verdade só soube fazer equações do segundo grau e coisas trigonométricas durante dois dias).
As crianças inglesas tem tudo o que querem e o pior é que não sabem o que tem, tem iPod Touch’s, iPhones, iPads, PS3’s, Nintendos, xbox’s, computadores de última geração e tudo isto de mão beijada, coisa que faz com que elas não consigam aproveitar ao máximo as suas funcionalidades de cada objecto (e são capazes de ter um iPod Touch e um iPhone quando os dois aparelhos são praticamente iguais, a única diferença é que o iPhone dá para telefonar e tira foto em melhor qualidade, mas culpem a burrice dos pais).
Eu até conheci uma miúda que me perguntou com cara de idiota:
-Portugal? What is that?
Fiquei calada e chamei a filha dos amigos dos meus pais para lhe dar a localização de Portugal, fiquei tão parva com aquilo que bloqueie ainda mais. Apeteceu-me gritar-lhe em português:
-CABRA! INGLATERRA E PORTUGAL TEM A MAIOR ALIANÇA DE TODOS OS TEMPOS E TU NÃO SABES QUEM NÓS SOMOS?
Agora só para terem um pouco a noção da vida em Inglaterra… Sabiam que pagam 500 libras por cabeça até uma determinada idade duma criança por mês? Sabiam que pagam (ou pelo menos pagavam, com a crise já não sei) 30 libras por semana aos que faziam o secundário? Sabiam que as mulheres não podem trabalhar mais do que duas horas por dia porque têm de estar com os filhos? Sabiam que apartir dos 14 anos um adolescente por lei já tem de ter o seu próprio quarto? Sabiam que pagam um dinheirão aos deficientes e muita gente se torna naqueles obesos que andam em cadeiras de rodas só para beneficiarem desse dinheiro? Sabiam que imensas miúdas de 16 anos deixam a escola para terem um filho e viverem dos benefícios? E o pior é que quem toma conta deles são os pais.
Os ingleses são seres frios. E além disso fecham tudo tão cedo. É irritante. É que até os últimos comboios da estação King Cross em Londres para Cambridge são as 11 da noite. Foda-se, eu posso pegar num comboio às duas da manhã e ir para Lisboa, claro que depois a polícia me mandava de volta para casa e os meus pais me tiravam o pc, mas na teoria podia fazê-lo.